Uma equipe de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL), da Universidade de Oxford e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT – USP), liderados por Jaqueline Goes de Jesus (pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP), juntamente com Cláudio Tavares Sacchi (responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz), conseguiram publicar a sequência completa do genoma viral, apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil.Isso é considerado um tempo recorde, tendo em vista que pesquisadores de outros países levam, em média, 15 dias para obter o mesmo resultado.
Ao sequenciar o genoma do vírus, pesquisadores ficam mais próximos de descobrir a origem dele. Esse tipo de informação além de ajudar a entender como o vírus está se espalhando pelo mundo, também colabora com o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos.
Uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), ressalta que o objetivo da equipe é “ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as informações meses depois que o problema ocorreu”.
Segundo relatos, a sequência identificada no Brasil apresenta algumas diferenças em relação ao genoma identificado em Wuhan (epicentro da epidemia na China), porém é muito similar a amostras identificadas na Alemanha no final de janeiro deste ano.
De acordo com Ester Sabine: “Esse é um vírus que sofre poucas mutações: em média uma por mês. Por esse motivo, não adianta sequenciar pequenos trechos do genoma. Para entender como está ocorrendo a disseminação e como o vírus está evoluindo, é preciso mapear o genoma completo”.
Fontes:
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/brasileiras-que-lideraram-o-sequenciamento-do-novo-coronavirus.html
https://www.cartacapital.com.br/saude/cientistas-brasileiros-sequenciam-genoma-do-coronavirus-em-apenas-48h/